D’Água | Cia de Dança Diário

[CRÍTICA DE MINUTO]
D’Água | Cia de Dança Diário

“Quando te falta água, o mundo é todo deserto. A terra seca quase não guarda pegadas, mas deixa um rastro: alguém passou aqui, alguém existiu. Viveu, desejou. Intensamente. Da sede ao tesão, todas as vontades transpiram e escorrem pelo corpo, que tenta marcar o caminho por onde passa. O mundo é inóspito e te pede pra parar, ser menos, ser outro. Estendendo o braço, ele te diz que tem sede. Quem vai esticar a mão pra lhe dar um copo d’água?”

Sozinho num mundo árido, Rodrigo Alcântara enfrenta a secura da cidade e das pessoas em busca de água. Água que limpa o corpo e lava a alma, que refresca a testa, e mata a sede. Mas do lado de dentro do corpo, uma outra vontade queima. Vontade de toque, proximidade, companhia, gente, carne, corpo, suor. Sozinho num deserto de gente, é preciso pedir ajuda e torcer pra ser ouvido. Quem tem algo a te oferecer?

‘D’água: um começo sem meio sem fim’ da Cia de Dança Diário passou pelo Centro de Referência da Dança de São Paulo.

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Crítica de Minuto | @outra.danca | por @henriquerochelle

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