Desnudar | Cia Artesãos do Corpo
Crítica de Minuto, publicada originalmente no Instagram
[CRÍTICA DE MINUTO]
Desnudar | Cia Artesãos do Corpo
“‘Desnudar’ revela com delicadeza o corpo que fica por baixo da roupa, o humano que existe dentro do figurino. No terraço da Mário de Andrade, espaço mais privado de um prédio público, aberto ao coração do centro de São Paulo, mas com poucos olhos espiando, a obra se esconde em plena vista. Ali, e quase nunca percebida: reflexão sobre o bailarino na dança, o sujeito na cidade, e a dança no mundo. Depois de todas as histórias que o corpo já contou, quais são as que continuam na pele?”
A roupa de festa, especial, de ocasião, guardada no armário — ou no acervo de figurino de uma companhia — funciona como o registro de algo que já passou, e entra em cena porque tem história. Mas se despe do corpo porque ele também tem sua própria história, feita por todas suas roupas, e, ainda, separada de cada uma delas. Performance de coreografia do gesto pequeno, em ‘Desnudar’, a roupa cobre o corpo dos bailarinos que parecem esculturas, suavemente ganhando vida, como se passassem por uma troca de pele. Um jardim de estátuas povoado de memórias, que se constrói só num piscar de olhos. Um instante depois, já não está mais lá. Fica na lembrança. Como um pedaço do corpo que se espia quando se revela por acidente. Como uma peça de roupa querida, no guarda-roupas guardando memórias.
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